segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Quando o Amor Machuca

O amor no mundo dos meninos que amam meninos é naturalmente mais complicado do que o amor hétero. Primeiro, por causa do velho e clichê preconceito. Segundo, por causa dos conflitos mentais que geram (e não falo aqui caro leitor, de aceitação).
Certa vez, um amigo me disse que o amor não machuca, que era nobre e que elevava os homens.
Então, se dói, não é amor?
Deixe-me abrir parenteses e contar um pedaço da minha vida: acabei de sair de uma relação, que aparentemente trazia um sentimento mútuo. Nos conhecemos, dissemos que nos amávamos, fizemos planos. Depois disso, todo mundo espera um "felizes para sempre", ou pelo menos "tentaram ser felizes" (essa segunda opção para aqueles mais descrentes), mas não foi exatamente o que aconteceu. De repente, o amor começou a machucar. O amor gerou dúvidas, gerou desconfianças, gerou intrigas, gerou ódio, gerou mentiras. E eu não falo aqui de traição. Falo daquele jogo de se doar e receber a vida do outro em troca. Mas se machucou, será que era mesmo amor?
No fim acabei me envolvendo em problemas maiores, porque um sentimento mal administrado é como um pedaço de geleira que se desloca: nunca sabe-se qual impacto vai gerar, mas sempre há algum impacto.
Descrente, comecei a observar que o amor no nosso mundo (dos meninos que amam meninos) era algo contraditório. Será que o amor que buscamos é uma utopia?
Será mesmo que estamos divididos em "pegadores" e "sonhadores"?
Meu sábio amigo Pedro tem uma explicação para essa confusão mental: "O amor que procuramos está dentro de nós. Só nós podemos nos amar como desejamos." Pode parecer forte, mas é coerente. A partir do momento que você espera menos dos outros, você passa a ficar em primeiro lugar. E acreditar no prícipe encantado é como se esquecer do mundo real. Não sejamos descrentes, mas sejamos realistas.
E por mais que a caminhada seja longa e solitária, lembre-se: o amor não machuca. Se machuca, não é amor. Olhe pra si mesmo, ame-se, e não haverá um sós er que ouse duvidar deste amor.



Raul

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